Microrregião de Paranaguá - Guaraqueçaba - CRQ Rio Verde

CRQ COMUNIDADE REMANESCENTE QUILOMBOLA RIO VERDE

Os integrantes desse quilombo são descendentes de negros escravizados no Município de Cananéia, Estado de São Paulo que na busca de liberdade migraram para Guaraqueçaba. Dividiram-se em dois grupos: um deles formou a comunidade Batuva e o outro se deslocou até a região em que se encontra a comunidade Rio Verde, relando seus descendentes que as terras foram por eles adquiridas em uma transação financeira. Hipólito Galdino Gonçalves de sessenta e dois anos e Antonio Gonçalves da Silva relatam que a terra é herança de bisavós que eram de ascendência africana.

Genésio Viana relata que seus ancestrais, avançando pela mata, vieram de além de Cananéia, no Vale do Ribeira. Relata ainda que seu bisavô era africano e que seu avô faleceu em 1936. As referências geográficas da comunidade são os rios Guaraqueçaba, Verde, Bracinho, do Cedro e a Serra Grande.

Nas roças familiares são cultivados feijão, arroz, mandioca e banana. O preparo da terra é manual, usam adubo orgânico e vendem farinha de mandioca e frutas para o mercado. Criam gado, galinha e pato, a pesca é pouca, individual, em rio, com anzol. Na comunidade há benzedores e curandeiros. Cestas, chapéus, tipiti, remo e canoa são os seus produtos artesanais.

Santa Teresa de Ávila é a padroeira e tem sua festa no dia 15 de outubro. São Benedito, Santo Antonio, Santa Rita e São Expedito também são venerados. As principais danças são fandango, fandango da roça, forró e valsa. As festas tradicionais são: festa para a padroeira, carnaval, páscoa e a festa para o mutirão do arroz. Quanto ao uso da terra os quilombolas relatam que estão com dificuldades pelas restrições apresentadas pelos órgãos ambientais que têm provocado grande impacto nas comunidades, pois estão na região de uma APA. “Dizem que o papagaio da cara roxa está em extinção, mas o que está em extinção aqui é o ser humano”, declara Antonio Gonçalves da Silva, membro da comunidade e professor.