DOCUMENTO DO MÊS: Comissão Paranaense de Folclore (Origens do Fandango Paranaense) 13/10/2022 - 10:49

A Comissão Paranaense de Folclore foi fundada em 15 de maio de 1948, em cumprimento ao planejamento da Comissão Nacional de Folclore (Rio de Janeiro), órgão vinculado ao Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (IBECC), de fundar subcomissões em todos os estados do Brasil. A Comissão era formada por intelectuais paranaenses, dedicados a estudar a cultura popular do Paraná, tendo como uma de suas presidentes Roselys Vellozo Roderjan. No período de 20 a 24 de agosto de 1979, ocorreu na Fundação Cultural de Curitiba a Semana de Estudos sobre o Folclore Paranaense, na qual foi ofertado o curso de Folclore, em que constam as origens do Fandango Paranaense.

De acordo com o curso, o Fandango chegou ao nosso litoral com os primeiros casais de colonos açorianos por volta de 1750. Com muita influência espanhola, passou a ser batido principalmente durante o Intrudo (precursor do Carnaval). Nesses quatro dias, a população não fazia outra coisa senão bater o Fandango e comer barreado, prato típico a base de carne e toucinho. De origem espanhola e com influências portuguesas, o Fandango é uma dança trazida pelos aventureiros, que no passado se espalharam pelos recôncavos do nosso litoral. E como era natural, sentindo nostalgia, procuravam recordar a pátria distante, com danças de sua terra. Então, em contato com os silvícolas, cuja dança também era de roda, eles acabaram formando o Fandango Parnanguara que é uma mistura de danças espanholas e portuguesas com as danças dos índios carijós.

Segundo Roselys Roderjan:“o Fandango paranaense, encontrado na zona do litoral, é formado de uma série de danças denominadas ‘marcas’, dançadas aos pares, em roda única, várias rodas ou fileiras opostas, variando a coreografia conforme o nome das marcas (anú, tonta, cana-verde, sabiá, caranguejo, lajeana, vilão de lenço, marinheiro, etc). O acompanhamento musical é feito com duas violas, uma rabeca e um adufo (pandeiro), confeccionados pelos próprios caboclos. Os cantos são ‘tirados’ pelos dois violeiros, em vozes paralelas e podem ser tradicionais ou improvisados.”

Cedida ao DEAP pela Diretoria da Comissão Paranaense de Folclore em 3 de outubro de 1985, esta documentação encontra-se disponível para consulta em nosso acervo, mediante agendamento prévio.

 

 

 

 

 

Fontes:

RODERJAN, Roselys Vellozo. Comissão Paranaense de Folclore, 50 anos (1948-1998). Curitiba: Graf. Comunicare, 1998.

 

RODERJAN, Roselys Vellozo. Folclore no Paraná. In: História do Paraná. Curitiba: Grafipar, 1969.

 

http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=31

 

 

 

Imagem:

Apostila do CURSO DE FOLCLORE, impressa na “CENTRAL DE REPROGRAFIA” da Secretaria da Cultura e do Esporte do Paraná. Curitiba, ago. 1979