Uma tarde de reflexões, trocas de experiências e olhares atentos sobre o papel dos arquivos públicos marcou a programação desta quinta-feira (7), na Biblioteca Pública do Paraná. A mesa-redonda “O Arquivo como Fonte de Pesquisa: usos, desafios e possibilidades” reuniu pesquisadores e pesquisadoras de diferentes áreas em torno de um tema que conecta passado e presente: o acesso à informação como ferramenta de construção da memória coletiva. O encontro integrou as comemorações pelos 170 anos do Arquivo Público do Estado do Paraná, vinculado à Secretaria da Administração e da Previdência do Paraná, e foi mediado por Nilton César Bassi, servidor da casa.
Na abertura oficial, o secretário de Estado da Administração e da Previdência, Luizão Goulart, e a diretora do Arquivo Público, Fabiane Bergmann, destacaram a importância da preservação documental como compromisso com a cidadania e a transparência.
- Governo do Paraná realiza novo leilão de veículos com lances a partir de R$ 1,4 mil
- Autoridades do Estado recebem honrarias da Polícia Militar do Paraná
- Administração do Estado se coloca à disposição de prefeituras da RMC para parcerias
HISTÓRIAS QUE PASSAM PELOS ARQUIVOS - A mesa foi formada por vozes com experiências distintas, mas que convergem na centralidade do arquivo como fonte essencial para compreender trajetórias, instituições e contextos históricos.
Evandro César Fadel, jornalista, contou como os documentos do Arquivo ajudaram a compor o livro Terra da Gente, voltado à história da agricultura familiar no Paraná. Já a historiadora Marina Braga Carneiro compartilhou bastidores do trabalho com organização e acesso à informação enquanto servidora do Arquivo e, atualmente, como pesquisadora, com um olhar voltado aos indígenas nas documentações administrativas do período provincial do Paraná.
João Alberto Bordignon, engenheiro e entusiasta da história do escotismo, trouxe ao debate o valor dos documentos na reconstituição de histórias pouco exploradas. O professor de história do direito Luís Fernando Lopes Pereira destacou como os arquivos públicos sustentam pesquisas jurídicas e ajudam a compreender as transformações legislativas ao longo do tempo. Por fim, Flávia da Rosa Mello abordou sua atuação no projeto Inventário Participativo: Memória, Verdade e Justiça do Paraná, que organiza e disponibiliza acervos sobre a repressão política durante a ditadura.
AUSÊNCIAS QUE FALAM - O debate, conduzido por Nilton Bassi, trouxe à tona questões sensíveis que desafiam o trabalho de pesquisa em arquivos: documentos que não chegaram a ser preservados, fundos mal identificados e estruturas frágeis para atender à demanda crescente. A pergunta sobre como lidar com os silêncios arquivísticos provocou reflexões sobre o que se escolhe preservar, e o que se deixa de lado.
O público também levantou questões sobre o acesso às fontes, a digitalização dos acervos, e a relação dos arquivos com escolas e universidades. A participação ativa da plateia evidenciou o interesse crescente pelo tema e reforçou o papel dos arquivos como espaços vivos, em constante construção.
SERVIÇO
Exposição “Raízes Paranaenses – 170 anos do Arquivo Público do Paraná”
De 1º de agosto a 11 de setembro de 2025
Segunda a sexta-feira, das 9h às 11h30 e das 13h30 às 17h30
Arquivo Público do Paraná (Rua dos Funcionários, 1796 – Curitiba)
Entrada gratuita