Servidores recebem orientações sobre
doenças cardiovasculares e alimentação
14/09/2012 - 14:40

Projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, no período entre 2000 e 2040, o Brasil será o campeão no aumento da mortalidade por problemas cardiovasculares, com acréscimo de 250% nos casos. Os números foram apresentados pelo coordenador estadual da Divisão de Risco Cardiológico do Paraná, cardiologista André Ribeiro Langowiski, em palestra para servidores públicos no Auditório Mário Lobo, no Palácio das Araucárias, em Curitiba, como parte das atividades do “Agosto Azul”.

Instituído pela Lei 17.099, assinada pelo governador Beto Richa em 28 de março de 2012, o “Agosto Azul” tem como objetivo desenvolver ações voltadas à saúde do homem. Além de Langowiski, a nutricionista da Universidade Positivo, Simone Fiebrantz Pinto Paraná, orientou os servidores sobre os melhores hábitos de alimentação.

O Sistema Nacional de Mortalidade mostrou que, entre 2000 e 2006, as doenças cardiovasculares foram responsáveis por quase 32% das mortes no País. “No Brasil, ocorre um infarto por minuto e uma morte a cada dois minutos”, reforçou Langowiski. “Temos que refletir sobre isso.”

Segundo ele, ao envelhecer, o risco de doenças cardiovasculares é maior no homem do que na mulher. “É por causa da cultura de não buscar auxílio médico ou só fazer isso quando o 'bicho pega'”, afirmou. No entanto, há situações de risco modificáveis: pressão arterial, colesterol, uso do tabaco, inatividade física, obesidade, dietas inadequadas e diabetes. “É nisso que temos de trabalhar”, propôs.

De acordo com o cardiologista, cerca de 15% da população brasileira fazem uso de tabaco. Um percentual ainda elevado, apesar de o País ser o que mais reduziu o número de fumantes no mundo em 30 anos. O tabaco é apontado pela OMS como a principal causa evitável de mortes, seguido da bebida alcoólica e do tabagismo passivo. Fator de risco mais prevalente, a hipertensão arterial é, segundo Langowiski, um mal que afeta 35% da população paranaense acima dos 40 anos, o que representa quase 900 mil pessoas. “Se não for controlada, o risco aumenta ainda mais”, alertou.

Em relação ao sedentarismo, ele acentuou que menos de 15% dos brasileiros fazem 150 minutos de atividades físicas por semana. Ele é também uma das causas da obesidade, que atinge, de acordo com dados da Pesquisa de Orçamento Familiar de 2003, 8,9% dos homens adultos e 13,1% das mulheres adultas no Brasil.

À obesidade está associado o elevado risco de diabetes, cálculos biliares, pressão alta, artrite, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e doenças cardiovasculares. “Ter hábitos de atividade física é como fazer uma previdência privada para a saúde”, destacou Langowiski. “Viver bem é ter alimentação saudável, parar de fumar, manejar o stress, por meio de outros prazeres que não só trabalhar, controlar o diabetes e ficar ativo.”

A nutricionista Simone Paraná fez um histórico das mudanças nos hábitos alimentares, desde os indígenas, que se serviam de raízes, caça e pesca, normalmente assando as carnes em fogo de chão, até os modernos fast foods. “Come-se rápido demais e às vezes nem se saboreia o que se come”, criticou. “Tem que ter moderação no alimento e saborear, porque depois que engole quem vai sentir são as artérias.”

Entre os conselhos da nutricionista, destaque para o consumo de arroz e feijão pelo menos cinco vezes na semana e para a ingestão de 400 gramas diárias de frutas e verduras, conforme aconselhado pela OMS. Segundo Simone, o brasileiro come, em média, apenas 150 gramas diárias desses alimentos. “A noção de prazer, de gosto pela comida, deve interagir no prazer pela saúde e pela vida, levando cada pessoa a reeducar-se”, propôs.

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